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FLAGRANTES DO MUNDO JURÍDICO
Brasil? O PT ganhou o Nobel da economia? A Dilma vai concorrer uma vaga na Aca-
demia Brasileira de Letras? O Jô Soares assinou novo contrato com a Globo para os
próximos quarenta anos?
O Requião vai se candidatar para inspetor de quarteirão do Sítio Cercado? A Pe-
querrucha Gazeta do Povo vai diminuir ainda mais de tamanho para imitar bula de
remédio? Não importa quais ou quais manchetes serão veiculadas pela Imprensa
Nacional, com certeza será repetitiva, negativa e cada vez mais preocupante. Nes-
tes tempos bicudos o brasileiro está sobrevivendo aos sobressaltos, parece que um
espírito de porco resolveu fazer moradia em nosso espaço pátrio!
E para piorar a dengue et caterva está mais viva do que nunca, o verão que se apro-
xima é cenário preferido para os pernilongos contaminados. Pô, não é querer ser
arauto da desgraça, mas a semana não será diferente das que ficaram para trás,
vale acrescentar que falta uns dias para o Natal, claro que é preciso por a mão no
bolso e gastar uma grana para comprar presentes. Xi! Além de notícias tristes tem-
-se que acrescentar gastos natalinos, não há dúvida que a maré não está nenhum
pouco favorável.
É numa hora destas que da vontade de ser comunista. Comunista? Sim, comunista!
Seria ateu, logo não teria Natal para ser comemorado. Não precisaria presentear
ninguém. Estaria filiado no PT, com certeza seria tesoureiro do Partido, logo seria
um milionário na cadeia! Na cadeia ou com tornozeleira, mas rico pra xuxu! E rico ri
a toa. Mas, como não sou fariseu, não sou comunista.
Vou acordar amanhã e ler o jornal de segunda feira, "curioso" para ver a manchete
da primeira página. Minha pressão vai subir, meu coração vai fibrilar, vou sentir fal-
ta de ar, estarei à beira de um colapso, mas com coragem e patriotismo não desvia-
rei os olhos da notícia. E não importa qual ela seja porque eu sobreviverei, tal como
fazem os milhões de brasileiros trabalhadores e honestos.
Vou levanta, escovar os dentes e enfrentar a faina diária de um aposentado. Sen-
tarei na minha poltrona favorita e ficarei ouvindo o tic tac do relógio de parede.
Ficarei pensando na manchete que li e resignado cochilarei. Triste sina de um anti
petista, que não está no rol da delação dos Oldebrecht e não tem dinheiro deposi-
tado no exterior. Única esperança concreta é ganhar no Natal um par de meias, da
cor preta, ou um lenço para assoar o nariz. E ainda dizem que felicidade não existe!