Revista Ações Legais - page 32

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Ações Legais - Como a escola pode evitar esse tipo de coisa? E como ela deve agir em
casos assim?
Akim Rohula Neto
- As escolas devem trabalhar em prol da socialização das crianças,
ensiná-las a lidar com diferenças, proteger-se e não aceitar o menosprezo. A questão não
é evitar o bullying, mas sim, construir relacionamentos saudáveis com respeito. A fase de
adolescência traz desafios e a ideia não é privar os jovens disso, mas sim instruí-los em
como lidar com isso tendo como premissa o respeito pelo outro e por si.
Aulas de inteligência emocional, socialização e auto estima seriam muito importantes
para que os jovens possam desenvolver características para lidar com as adversidades da
vida de maneira saudável.
Ações Legais - O que os pais podem fazer caso percebam que seu filho está sofrendo
ou praticando o bullying?
Akim Rohula Neto
- A psicoterapia pode ser a primeira linha de frente. É importante fortalecer
a pessoa para enfrentar o bullying. Sabemos que os praticantes não atacam qualquer pessoa,
escolhemalguémpara isso. Logoquandoessapessoa se tornamaisdifícil deatacar, elespartem
para outra. Infelizmente omundo nos coloca diante de situações assimo tempo todo e precisa-
mos estar fortes para lidar comelas.
Nocasoda criançaquepraticaobullyingvaleomesmo. Neste casopode ser queuma terapiade
família seja necessária, vista que o praticante, emgeral, tende a ter problemas sérios emcasa.
Ações Legais - Algo a acrescentar que julgue importante ser discutido?
Akim Rohula Neto
- O suicídio vai muito além da depressão. É sabido que boa parte dos
suicidas possuem algum tipo de transtorno mental, que pode ser desde a depressão,
quadros ansiosos, transtornos de personalidade e outros. Boa parte dos suicídios, nesse
sentido, poderia ser tratada porque o desejo pela morte sempre vem junto com algum
problema mental.
A maior parte das pessoas mentalmente sadias já pensou em suicídio e várias chegaram
até a fazer planos. O pensamento sobre a morte é muito mais comum do que pensamos,
porém o assunto dificilmente é falado. Desta maneira, vale lembrar que é importante fa-
lar sobre isso com os adolescentes que são tão vulneráveis hoje em dia perante isso.
A vulnerabilidade dos adolescentes não se deve à bullying ou coisas do gênero, mas sim,
pela falta de preparo emocional e social cada vez maiores que vemos entre os jovens "ví-
timas" de uma sociedade de consumo desenfreado para a qual o status é tudo (e mais um
pouco).
ENTREVISTA
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