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Outras premiações
Os procuradores de Curitiba e Rio de Janeiro já foram premiados pelo Global Investiga-
tions Review (GIR) nos anos de 2016 e 2017, respectivamente, na categoria “Órgão de
Persecução Criminal ou Membro do Ministério Público do Ano”, e receberam o Diploma
de Mérito do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Além disso, a força-tarefa do MPF/PR foi agraciada com o título hors concours no 4º Prê-
mio República, da Associação Nacional dos Procuradores (ANPR); o Prêmio Ajufe: Boas
Práticas de Gestão para a Eficiência da Justiça Federal, ressaltando a contribuição dos
profissionais do MPF no enfrentamento à corrupção e lavagem de dinheiro ao longo dos
anos; o primeiro lugar na premiação do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)
em 2016, na categoria "Redução da Corrupção" e, no mesmo ano, o Prêmio Innovare, do
Instituto Innovare, associação sem fins lucrativos que identifica e divulga ações do Po-
der Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública e de advogados que contribui
para a modernização do sistema judiciário brasileiro. Internacionalmente, a equipe de
Curitiba recebeu o Prêmio Anticorrupção da organização não governamental Transpa-
rência Internacional (TI) e a menção honrosa no Allard Prize for International Integrity
2017, promovido pela Faculdade de Direito Peter A. Allard, da Universidade da Colúmbia
Britânica, no Canadá.
Coordenador da força-tarefa Lava Jato do MPF/PR, Deltan Dallagnol
Resultados da operação
A Lava Jato é a maior investigação de combate à corrupção e lavagem de dinheiro da his-
tória do Brasil. O caso teve início emmarço de 2014, em Curitiba (PR), a partir da apuração
dos crimes cometidos por quatro organizações criminosas lideradas por doleiros. Com
o aprofundamento das investigações, foram identificados desvios vultosos de recursos
públicos em contratos da Petrobras e de outros órgãos públicos, com ramificações até
mesmo em outros países.
O trabalho desenvolvido pelas equipes da Lava Jato é inovador em vários aspectos, o que
contribui para os resultados históricos alcançados até agora e também para a transpa-
rência da operação. Entre esses fatores estão a cooperação internacional, o uso de ferra-
mentas de “big data” para analisar o grande volume de dados, a realização de acordos de
colaboração premiada que permitem a ampliação das investigações, a colaboração entre
as várias instituições públicas envolvidas na operação e a criação do primeiro site brasilei-
ro de um caso criminal (
).
Por meio de 187 acordos de colaboração premiada com pessoas físicas, 11 acordos de le-
niência com pessoas jurídicas e 1 termo de ajustamento de conduta (TAC), está prevista
a recuperação de R$ 12,3 bilhões para os cofres públicos. Desse total, R$ 1,9 bilhão já foi
efetivamente devolvido.
Ao longo de pouco mais de quatro anos, foram realizados 457 pedidos de cooperação
internacional no âmbito da Lava Jato, sendo 228 pedidos ativos para 44 países e 229 pe-
didos passivos com 33 países. Incluindo os colaboradores, mais de 160 pessoas foram
condenadas, contabilizando mais de 2.400 anos de pena. Além disso, também tramitam
na Justiça Federal do Paraná oito acusações de improbidade administrativa contra 50
pessoas físicas, 16 empresas e um partido político.
A PGR já apresentou 36 denúncias ao Supremo Tribunal Federal (STF), envolvendo 101
pessoas. O total de manifestações em processos (apelações, habeas corpus, mandados
de segurança etc.) chega a 4,6 mil. A primeira condenação da Lava Jato no Supremo ocor-
reu no mês passado.
"Esperamos que todo esse esforço não seja em vão. A Lava Jato conseguiu levantar o véu
sob todo o sistema político corrupto que assola o país. Diante desse quadro devastador,
cabe aos cidadãos brasileiros exigir mudanças. O primeiro passo para isso é eleger can-
didatos com passado limpo, compromisso com a democracia e que endossem medidas
contra a corrupção", reforçou o coordenador da força-tarefa Lava Jato do MPF/PR, Del-
tan Dallagnol.
LAVA JATO