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A primeira se posicionar, a professora
Eneida Desirèe Salgado, disse que há
um desânimo muito próximo da apatia
em face da escolha dos representantes
políticos. “E ao meu ver isso ocorre pela
redução do tempo de campanhas, cená-
rio de demonização da política com ex-
pressões tipo mar de lama, corrupção
galopante, e ainda sucessivas reformas
eleitorais. A situação beira também à
descrença no Poder Judiciário, no Mi-
nistério Público e no sistema eleitoral”,
alegou. De acordo com ela, a continui-
dade eficaz e eficiente do sistema polí-
tico depende da escolha do eleitor seja
livre e respeitada, trabalhar direito com
a lei de improbidade, controle de abu-
sos e acertar a lei de licitações.
O professor Fernando Gustavo Knoerr,
professor da Unicuritiba, acredita que
deva haver, a cada nova escolha elei-
toral, um momento de renovação de
oportunidades, que sem dúvida, “nos
leva à esperança ou ao medo”. Afirmou
que o seu primeiro medo vem do tempo
tão curto de campanha para se conhe-
cer e escolher um representante. “Não
dá para explorar mais as propostas dos
candidatos com um período reduzido
de campanha por conta da distribuição
de um fundo de financiamento. O fim
será uma eleição oligárquica”. E afir-
mou que existe uma grande inseguran-
ça jurídica que gera esse medo.
O advogado Luasses Gonçalves dos
Santos destacou que a falta de espaço
para o debate político no Brasil e a redução do tempo da campanhas eleitorais pro-
vocarão a derrocada do processo democrático. “O momento é meramente eleitoral
sem discutir política, ideologias e sim disputa de interesses”, colocou. “O Direito Ad-
ministrativo deve extirpar a política de seu meio e reconheça um ambiente próprio
da política porque ele é um direito político por excelência porque trata do direito do
poder”. Luasses acredita que deve-se reconhecer o papel político e de ações éticas
prévias e destinar esforços e energia, por exemplo, por exemplo, de uma administra-
ção pública que atenda o lado dos oprimidos.
Luiz Fernando Casagrande revela que nas eleições de 2018 ocorrerá o menor índice de
renovação do Congresso Nacional da história, contradizendo o sentimento de geral
de que é necessário renovar. “Também existe uma alta rejeição popular dos candida-
tos. Citou como causas a redução do tempo de campanha, proibição da candidatura
avulsa e a criação do fundo de financiamento eleitoral que vedou a doação de pessoa
jurídica num pais que não existe doação de pessoa física”, sublinhou.
SEGUNDO PAINEL