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DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Sustentabilidade e igualdade de
gênero pautam café filosófico
"
Igualdade de gênero para o desenvolvimento sustentável" foi o tema escolhido para os
debates realizados durante o 4º Café Filosófico, que aconteceu no foyer da sede do TRT
do Paraná, em Curitiba. O encontro, promovido pelo Programa Trabalho Seguro e pela
Comissão de Responsabilidade Socioeconômica emAmbiental do Tribunal, colocou empauta
a relação entre sustentabilidade e igualdade de gênero.
Na abertura do evento, o gestor nacional do Programa Trabalho Seguro, juiz Leonardo Vieira
Wandelli, lembrou os motivos pelos quais foi convencionado que o dia 8 de março seria o Dia
Internacional da Mulher, ressaltando que diversos eventos importantes para este marco es-
tão relacionados às lutas das mulheres por igualdade de condições de trabalho.
O gestor regional do programa, juiz Marcus Aurelio Lopes, falou sobre o formato escolhido
para os debates, que, de acordo com ele, favorece a troca de ideias e a apresentação de di-
versos pontos de vista. Os convidados foram
distribuídos em pequenas mesas redondas,
de onde assistiram à exposição de duas pai-
nelistas e puderamparticipar ativamente das
discussões.
A desembargadora presidente do TRT do Pa-
raná, Marlene T. F. Suguimatsu, que fez ame-
diação dos debates, iniciou os trabalhos com
uma breve contextualização do tema, esclarecendo que a ligação entre desenvolvimento sus-
tentável e igualdade de gênero se estabelece quando nos referimos à sustentabilidade de
dimensão social, ou socioambientalismo.
"Dar visibilidade, gerar oportunidades iguais, reconhecer o papel feminino na construção, ou
na modificação da sociedade, talvez seja um dos aspectos essenciais desta sustentabilidade
social de que hoje se fala", declarou a magistrada.
A primeira painelista a expor suas ideias foi a juíza Mylene Pereira Ramos, do TRT-SP. Ela cha-
mou a atenção para fatores históricos que teriam contribuído para a perpetuação da desi-
gualdade de gênero no mundo.
"Essa incapacidade de ver nas mulheres sua competência profissional e intelectual advém de
umhistórico de submissão e atémesmo de isolamento dasmulheres com relação aos seus di-
reitos mais subjetivos, essenciais. Este fenômeno, que é a desigualdade de gênero, não acon-
tece apenas hoje, ele decorre de uma história", afirmou.
A advogada Silvana Cristina de Oliveira Niemczweski, segunda painelista, mencionou avanços
já alcançados em relação ao tema, como a criação da Lei Maria da Penha e da Lei de Impor-
tunação Sexual, mas observou que ainda existe um grande problema cultural que precisa ser
enfrentado.
"Muitas mulheres ficam reféns de uma sociedade que fecha os olhos para esta realidade. Sa-
bemos que o desenvolvimento só será sustentável quando beneficiar igualmente homens e
mulheres", destacou.
Também sobre a necessidade de promover uma transformação cultural para que seja alcan-
çada a igualdade de gênero, a desembargadora presidente do TRT do Paraná afirmou que
oferecer uma educação de qualidade pode contribuir para a eliminação dos papéis de gênero
já estabelecidos.
"Precisamos de um sistema de educação que ensine meninas a abrirem suas próprias portas,
que não ensinem meninos a criar barreiras para impedir essas meninas de abrirem suas pró-
prias portas", concluiu.
Fotos: Pedro Macambira