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ENCONTRO
Fruet reafirma compromisso de ampliar políticas
de defesa dos direitos das mulheres
Perto de 800 pessoas, entre ativistas, acadêmicos e gestores que atuam na proteção e
garantia de direitos das mulheres, participaram da abertura da 1ª Jornada Nacional Mu-
lher Viver Sem Violência. Presente no evento, o prefeito Gustavo Fruet reafirmou os
compromissos da Prefeitura de Curitiba de ampliar as políticas públicas de combate à
violência contra as mulheres na cidade. Além da Patrulha Maria da Penha, Curitiba exe-
cuta hoje uma série de medidas para aumentar a proteção a mulheres vítimas de violên-
cia. Fruet disse que, para que haja uma mudança cultural, é necessário o reforço cons-
tante de valores. “Tolerância zero para a discriminação, o preconceito e à violência
contra a mulher”, disse o prefeito.
Ele destacou os esforços da administração municipal - desde 2013, a partir da criação da
Secretaria da Municipal da Mulher -, com campanhas de conscientização, articulação de
parcerias e com programas específicos para enfrentamento do problema na cidade de
Curitiba. “Há medidas que já produziram resultados efetivos, como é o caso da implan-
tação da Patrulha Maria da Penha, que prestou mais de 6 mil atendimentos em um ano
e oito meses, monitorando mais de 3 mil casos e evitou, em 58 flagrantes, que esses
casos resultassem em mais violência e até morte, além de conseguir garantir nesse pe-
ríodo que não houvesse reincidência. É fundamental ter uma ação efetiva, de mudança
de postura no poder público, mas em sintonia com a sociedade”, completou.
O soldado bombeiro mirim Jedelte Fer-
nandes Neto, de 12 anos, que é filho de
uma vítima da violência doméstica e fami-
liar, leu também uma carta emocionada
de agradecimento à Maria da Penha, na
qual disse: “quero lhe agradece em nome
de todas as crianças que morreram no
ventre de suas mães, em nome de todas
as crianças órfãs de mães, pois eu e meus irmãos somos sobreviventes, fruto desta Lei
que carrega o seu nome... Maria da Penha”.
Depois de contar que a criação do Instituto Maria da Penha (IMP) em 2009 nasceu
também de uma preocupação com os órfãos da violência contra as mulheres, que ela
chama de vítimas invisíveis, a palestrante da noite respondeu ao bombeiro mirim: “não
posso esquecer de você nunca mais. Pelo que você disse, pelo que fez e por ter Fernan-
des como eu no seu sobrenome”.
A secretária nacional de Enfrentamento da Violência Contra as Mulheres, Aparecida
Gonçalves, disse que os dados do Mapa da Violência 2015, que colocam o Brasil no quin-
to lugar em assassinatos de mulheres, em um ranking de 83 países, envergonham a to-
dos os brasileiros. “Nós precisamos fazer uma jornada de mudança de comportamento
e de cultura nesse país se quisermos inverter o quadro que está colocado. Nós preci-
samos quebrar o clima de intolerância que está aí e fazer uma jornada de respeito e de
solidariedade pelo fim dessa violência. Nós precisamos denunciar as músicas que são
pejorativas às mulheres, denunciar os filmes, as novelas, qualquer um que faça piada.
Nós precisamos combater o ódio porque nossas crianças, adolescentes e a nossa juven-
tude têm de ter um outro exemplo de vida”, disse Aparecida Gonçalves.
Participaram também da abertura do evento o reitor da Universidade Positivo, José Pio
Martins, o vice-reitor da Universidade Federal do Paraná, Rogério Molinari, a deputada
federal Christiane Yared, os deputados estaduais Mara Lima e Marcio Pauliki, o diretor
regional dos Correios, Areovaldo Figueiredo, a diretora financeira da Itaipu Bin-nacio-
nal, Margaret Groff, e a presidente do Pró-Cidadania, Laura Dalcanale.