Revista Ações Legais - page 24-25

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CONGRESSO
Evento aborda
macrocriminalidade e
combate à corrupção
D
ispensar um tratamento ainda mais qualificado e estruturado ao combate à cor-
rupção visando avançar na efetiva aplicação da lei penal e na geração de resul-
tados econômicos e sociais positivos para todo o país. Foi o que o 1º Congresso
Nacional Sobre Macrocriminalidade e Combate à Corrupção, realizado na Universidade
Positivo (UP), promoveu com os principais nomes da Lava Jato e dos órgãos diretamente
envolvidos na atuação da operação.
O aprendizado acumulado e a prática da montagem das forças-tarefas, a imprescindível
contribuição da tecnologia para toda a organização dos dados e mapeamento das infor-
mações, bem como gargalos - como a superlotação carcerária e a falta de pessoal em ór-
gãos estratégicos para as investigações - foram tratados ao longo de 10 horas. Realizado
pela Escola da Magistratura Federal do Paraná (Esmafe-PR) e a Associação Paranaense
dos Juízes Federais (Apajufe), o evento foi aberto pelo o diretor da Esmafe-PR, André Wa-
silewski Duszczak, o presidente da Apajufe,
Fabrício Bittencourt da Cruz, e o reitor da
UP, José Pio Martins.
O ministro da Justiça e Segurança Pública,
Sérgio Moro, abriu o primeiro painel – O
crime organizado e a corrupção no Brasil
–, chamando atenção para a perda econô-
mica da vinculação de crimes de corrupção
a práticas desleais de mercado. “A corrup-
ção não é graxa do mecanismo, mas sim
areia: prejudica realmente a nossa econo-
mia”, afirmou. “Embora pensemos que
o prejudicado seja o poder público, isso é
extremamente prejudicial para a dinâmica
dos mercados. Não por acaso, países com
melhores índices de desenvolvimento eco-
nômico são tidos como menos corruptos”,
defendeu. Tal relação foi reforçada no últi-
mo painel – O Direito Penal e a Corrupção
- pelo procurador da República e coorde-
nador da Força Tarefa da Lava Jato, Deltan
Dallagnol. “Quanto maiores os índices de
corrupção, pior os índices de desenvolvi-
mento”, comparou.
Oministro falou sobre o temor de retroces-
so que sempre permeou o trabalho da Lava
Jato e que os objetivos do projeto de lei
Anticrime estão relacionados a trazer me-
didas simples e eficazes para combater corrupção, crime organizado e crimes violentos.
“Sempre trabalhamos com uma sombra de retrocesso. Com aquela perspectiva de que
a nossa sorte iria acabar e que em um determinado momento o sistema da corrupção
iria destruir nossas carreiras e reputações e começar a nos impor uma série de derrotas,
até por conta de mudanças de lei, e todo o trabalho estaria perdido. Isso não aconteceu,
mas o que temos que trabalhar é que esses avanços sejam consolidados e que nós não
soframos retrocessos. Esse foi o principal motivo pelo qual no dia primeiro de novembro
eu aceitei o convite do presidente Jair Bolsonaro para a assumir o cargo de ministro da
Fotos: Divulgação
José Pio Martins, reitor da Universidade Positivo
Maria Tereza Uille, conselheira do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) e professora da
Universidade Positivo
Sérgio Moro, ministro da Justiça e Segurança
Pública
André Wasilewski Duszczak, diretor da
Esmafe-PR
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