Revista Ações Legais - page 99

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FLAGRANTES DO MUNDO JURÍDICO
das civilizações. É comumem casamentos elegantes quando os convidados se reúnempara
jantar, os homens tirarem seus paletós e suas gravatas como se estivessem no aconchego
de suas próprias casas.
No entanto com tais despojamentos parecem que zombam dos anfitriões e dos noivos por
não se importarem com o esmero e carinho com que estes prepararam a festa primando
pelo melhor ambiente. Nem os governadores recebem em seus gabinetes de trabalho as
autoridades e visitantes com trajes adequados, usando jeans e camisa esporte como se es-
tivessem ainda em campanha política.
Diga-se o mesmo dos Secretários de Estado, Prefeitos e outras autoridades de menor ex-
pressão. Temmédicos em seus consultórios que não atendemmais como tradicional jaleco
branco, muito menos de terno e gravata e sim de calça jeans desbotada e calçando tênis.
E por isto nem sempre inspiram confiança e credibilidade. 
- Mas o sujeito é o suprassumo da Medicina, o Papa na sua especialidade!
- Pois é, até pode ser, mas não aparenta o que é...
- Então a capacidade científica dele só pode ser medida pela aparência da roupa que usa?
- Num primeiro momento sim, lembrando que a primeira impressão é que fica!
Diga-se o mesmo para quem exerce a autoridade em razão do cargo: um Presidente da
República que se traja inadequadamente não se impõe como deveria em razão de estar re-
presentando o país.
O mesmo se diga de um engenheiro que vai visitar uma obra em construção vestido de
terno e gravata -, claro que estaria desrespeitando todos os operários que nela trabalham
pela sua aparente soberba. Tudo é uma questão de bom senso. É claro que um Juiz, desem-
bargador ou Ministro de Tribunais Superiores não podem usar roupas de esportes nos seus
ambientes de trabalho, porque pela liturgia do cargo não estão adequadamente trajados.
Nas audiências de Conciliação dos Recursos que aportamno Tribunal de Justiça e que tenho
a oportunidade de presidir, as partes sempre se fazem presentes, acompanhadas de seus
advogados.
E como estes estão abolindo o terno e gravata porque não aprenderam nas faculdades o
respeito que devem ter à Justiça, eu sempre tenho que perguntar quem são os advogados
e quem são as partes litigantes. E mesmo no Tribunal como no Ministério Público eu tenho
visto Magistrados e Procuradores vestidos de calça esportes e camisa de manga curta, per-
correndo os seus respectivos ambientes de trabalho. Não é por nada, mas um traje respei-
toso e formal ajuda muito a manter o princípio de autoridade e dignifica o respeito que a
Justiça merece...
“Tem profissões em que o traje formal é indispensável por ser respeitoso às pessoas, ao
ambiente de trabalho e ao próprio prestígio do cargo que elas ocupam. A soberba nada
tem a ver com o uso de terno e gravata; pois a soberba nada mais é do que uma doença do
caráter. Traje respeitoso protege e muito o próprio princípio de Autoridade!”
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