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do está aqui embaixo. Eu respondo: Haroldo, mas que Haroldo? Ele disse que tra-
balha com o senhor lá no TER. Um frio me subiu a espinha e respondi: pode subir
claro, pode subir. Abri a porta e lá estava ele de blazer e um pacote de presente
para minha filha. Ele ofereceu o presente conversamos todos juntos. No canto da
sala havia um piano de meia calda e ele pergunta: Sérgio quem toca piano aqui
nesta casa? Eu respondo que ninguém, então ele se levanta, abre o piano, toca só
duas notas, e volta a fechá-lo, minha mulher insiste para que toque e ele respon-
de: adoro tocar piano sim, sou pianista e esse piano em especial me instiga, mas
hoje, não vim aqui para ter esse prazer, vim homenagear a Carolina, quem sabe
um dia combinamos e eu tocarei sim, com toda satisfação.
Depois, convivi com a simplicidade de Vicente Troiano Netto, aprendi com a dedi-
cação a família de Altair Patitucci, a correição de Tadeu Marino Loyola Costa e o
protagonismo pela tecnologia de Roberto Pacheco Rocha.
Aprendi com Gil Trotta Telles que a vida de todos nós é muito frágil, com Moacir
Guimarães, a arte da conciliação e com José Ulysses Silveira Lopes, o respeito à
hierarquia em qualquer instituição.
Com Clotário de Macedo Portugal, aprendi muito, aprendi que o homem deve cul-
tivar o respeito, manter os limites da educação e da justiça e, alémdisso, por inter-
médio da sua bela seresta, acreditar que um dia seria possível ver instituída uma
banda totalmente fora da pauta.
Telmo Cherem teve uma passagemmuito significativa pelo Tribunal porque ele foi
o magistrado, desembargador presidente, mais advogado de todos eles. Foi por
intermédio de suas qualidades que foi possível a nomeação dos novos servidores
do quadro em todo estado do Paraná. Lembro-me como se fosse hoje toda asses-
soria à sua volta diante de inúmeras decisões, dos mais diversos Tribunais, e até
mesmo de diferentes Ministros do STF, quando indicava: “Nessa decisão do minis-
tro Marco Aurélio leiam novamente o último parágrafo e verão que o sentido não
é esse que vocês querem dar”. E assim fizemos uma a uma das decisões e, junta-
mente com a Advocacia da União íamos preenchendo o quadro de Servidores do
Tribunal. Foi uma tremenda escola.
Angelo Zattar era mais direto e objetivo de todos e Jesus Sarrão ensinou-nos so-
bre partidos, política, políticos e suas relações com a Administração Pública e com
o Judiciário.
Bem, agora registro a obrigação de abrir parágrafo todo especial para Regina He-
lena Afonso de Oliveira Portes e, ao invés de discorrer sobre suas qualidades, seja
na seara pessoal ou técnica, vou me restringir a dizer o seguinte: Nós, servidores
da Justiça Eleitoral, abrimos as portas desta Casa para Regina como fazemos, com
todo respeito para a mulher mais importante das nossas próprias casas. Assim,
ela exerceu a exclusiva condição da primeira desembargadora a presidir o TRE
do Paraná em toda a sua plenitude, e nós, o reconhecido direito de tratá-la como
nossa rainha.
Reconhecer que o dia a dia pode ser mais tranquilo, educado e com uma pitada
de humor, mas nunca sem perder a retidão na conduta nos ensinou Irajá Prestes
Mattar e sobre o peso, inafastável das normas dos regulamentos e, principalmen-
te das leis, foi Rogério Kanayama que nos ensinou.
Rogério Coelho implementou um elevado rigor técnico para todo material produ-
zido nos seus gabinetes
Edson Vidal Pinto contava histórias da política do judiciário e da vida, ao som da
bossa nova e do jazz, ensinando o valor da experiência.
Sobre Jucimar Novochadlo, acho que o registro mais valioso do Jucimar, que é va-
lido, pela mesma razão e medida, à doutora Eloisa Elena, é a constatação de que
ambos, ele atuando como presidente, ela como procuradora regional eleitoral,
nunca deixaram de ser colegas dedicados, servidores indistintos, como nos bons
tempos da Secretaria Judiciária.
Luiz Fernando Tomasi Keppen – o desembargador Keppen é um empreendedor, e
a lição que fica é a sua fórmula de ser um empresário do setor público.
O desembargador Adalberto Jorge Xisto Pereira foi nosso exemplo acadêmico de
exercício de liderança. Sem contar que é o mesmo boa praça desde o tempo em
que, agora me lembro, lá pelo início dos anos 90, juntos, socorremos o Oto Spo-
nhoz Junior de uma batida de carros na Rua Mateus Leme.
A Luis Taro Oyama serei sempre grato pela confiança em mim depositada e pe-
las lições que tive, especialmente ligadas à cultura japonesa, mas sem dúvida ne-
nhuma, foi a Comunicação não Violenta - CNV, sua ação mais benevolente da qual
todos perdemos o controle de tantas pessoas que, em progressão geométrica,
aderiram à técnica, trazida inicialmente para auxiliar os 30 mil colaboradores das
eleições de 2018, e que continua viva aqui no TRE.
Tito Campos de Paula embora já o admirasse desde os tempos da Universidade Fe-
deral do Paraná, quando nos primeiros anos de faculdade já afirmava, com absolu-
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO PARANÁ