Revista Ações Legais - page 101

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FIQUE POR DENTRO
sexualidade. Não problematizar estas questões numa abordagem educacional trans-
versal dos direitos humanos permite a perpetuação de formas hegemônicas que se
reproduzem no silêncio e no descaso”, sustentou.
“Vemos como muito positivo o resultado da audiência. Após nós, representantes da
sociedade civil, apresentarmos nosso ponto de vista sobre as limitações a uma educa-
ção plural no Brasil, denunciando os ataques ao direito à educação de mulheres e popu-
lação LGBTI e à liberdade de cátedra, por 20 minutos, igual tempo foi dado ao estado
brasileiro para apresentar os esclarecimentos à comissão”, relata Kirchhoff.
A advogada Ananda Puchta acrescentou que a base nacional comum não distingue os
conceitos de orientação sexual e identidade de gênero. “Apesar de a palavra ‘gênero’
ser citada constantemente não está contextualizada na esfera LGBTI. E apesar de a pala-
vra ‘diversidade’ ser citada, o
conceito não é trabalhado em
sala de aula. Ademais, o esta-
do brasileiro peca em fazer
uma formação contínua com
os professores para lidar com
os alunos de maneira mais há-
bil com relação aos temas de
identidade de gênero e orien-
tação sexual”, avaliou.
O presidente da CIDH, Fran-
cisco Eguiguren, destacou
que em visita ao Brasil perce-
beu a diferença entre a pos-
tura internacional do país,
com posição de liderança so-
bre direitos LGBTI no âmbito
da Organização dos Estados
Americanos, e a realidade
brasileira de um profundo
conservadorismo sobre os
temas ligados a gênero e di-
versidade sexual.
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