Revista Ações Legais - page 92-93

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da Agência Nacional de Águas, Christianne Dias (Brasil);
Innan Uruthai (Nova Zelândia); Rosana Gariulli (Brasil); e
Nin Thein (Myanmar).
"Aqui, no 8º Fórum Mundial da Água, nós, mulheres, te-
mos uma reivindicação muito específica: queremos parti-
cipar do modo como os recursos hídricos do nosso país
são geridos", disse Dodge, durante pronunciamento. Ela
lembrou também a presença de outras mulheres ocupan-
do cargos de liderança na administração pública brasileira,
como a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen
Lúcia; a presidente do Superior Tribunal de Justiça, Lau-
rita Vaz; e a advogada-geral da União, Grace Mendonça.
"É um momento especial na história do país e uma feliz
coincidência, pois este ano celebramos os trinta anos da
Constituição Federal de 1988", disse Raquel Dodge.
Ainda na fala, a presidente doCNMP explicouque a Consti-
tuição Federal de 1988 estabeleceu que os direitos huma-
nos são um elemento central de sua estrutura e um eixo
do qual derivam todas as outras normas da Carta. Dodge
lembrou da luta das mulheres, no último século, por direi-
tos fundamentais e participação na vida pública. Ela des-
tacou passagens importantes de campanhas femininas,
como o movimento sufragista, a busca por cidadania, a
conquista do direito a voto, a luta por direitos civis, direi-
tos sexuais e reprodutivos, bem como por direitos eco-
nômicos, sociais e culturais. A participação das mulheres
na política e a presença delas nas universidades também
foram aspectos ressaltados no discurso.
"Precisamos de igualdade de oportunidades, igualdade
de participação, igualdade de financiamentos e igualdade na gestão pública", disse Raquel
Doge. "Agora, no século XXI, o que nós queremos é direitos humanos", completou. Para a
presidente do CNMP, a igualdade é o reconhecimento de que se deve tratar homens e mu-
lheres com o mesmo respeito.
Na sessão, também foi discutida a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável, pro-
posta pela Organização das Nações Unidas (ONU). Os debates vão se transformar em um
documento orientador, que servirá como um legado pós-Fórum.
"Aqui, no
8º Fórum
Mundial da
Água, nós,
mulheres,
temos uma
reivindicação
muito
específica:
queremos
participar do
modo como
os recursos
hídricos do
nosso país
são geridos"
PARCERIA
Raquel Dodge pede igualdade
em debate sobre papel da
mulher na gestão da água
Foto - Antonio Augusto / PGR
D
ebater o papel feminino em relação ao uso sustentável e igualitário dos recursos
hídricos foi o objetivo da sessão "Mulheres: Perspectivas e desafios", realizada no
dia 22 de março, no 8º Fórum Mundial da Água. O encontro, ocorrido no Centro de
Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, contou com a participação da presidente do
Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e procuradora-geral da República, Raquel
Dodge.
O painel foi coordenado por Margarida Yassuda, da organização Parceria Mulheres pela
Água. Além de Raquel Dodge, que atuou como palestrante, foram painelistas as represen-
tantes de organizações brasileiras e estrangeiras que lidam com a função da mulher na
gestão dos recursos hídricos: Asha Abdurahm (Quênia); Apzu Ozyol (Turquia); a presidente
1...,72-73,74-75,76-77,78-79,80-81,82-83,84-85,86-87,88-89,90-91 94-95,96-97,98-99,100-101,102-103,104-105,106-107,108-109,110-111,112-113,...
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