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uma das mais profundas e antigas chagas que afligem nossa gente: a corrupção”, disse o
procurador, afirmando que conta com o tribunal para travar essa batalha. “O TRF4 está
diante de uma responsabilidade histórica, quis o destino chamá-lo a dar mais uma vez sua
contribuição à nação, catapultado que foi para dizer o Direito num dos mais graves episó-
dios de corrupção”, afirmou, referindo-se ao caso Lava Jato.
“Águas bravias ainda esperam por nós, mas que tranquilidade saber que o leme do navio
passa para as mãos capazes do desembargador Penteado, magistrado experiente e com
os conhecimentos necessários para conduzir com segurança essa majestosa nau que é o
TRF4”, declarou Seifert.
O advogado Juliano José Breda falou em nome da Ordem dos Advogados do Brasil, re-
presentando as seccionais do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná. Ele frisou
o bom tratamento dado pelo tribunal aos advogados. “Essa corte é um modelo de atua-
ção e relacionamento com os advogados”, elogiou.
Breda reverenciou o novo presidente, a quem definiu como um juiz “marcado pela aus-
teridade e serenidade” e que sempre atendeu aos advogados “com surpreendente de-
dicação e respeito”.
A cerimônia encerrou-se com o discurso do novo presidente. Penteado saudou os cole-
gas juízes, dizendo que fora dos limites da lei, não haverá salvação. O novo presidente
demonstrou empatia com a causa dos servidores, “há tantos anos sem reajuste”, ressal-
vando que fará o possível para tentar melhorar sua situação.
Segundo Penteado, a única missão de uma corte é prestar jurisdição. “Não nos deixemos
impressionar pelos discursos, usando vetustas palavras e leis antigas que falam pouco”,
observou o novo presidente, saudando os valores progressistas. “Não há norma antes da
interpretação e esta deve dar-se sob os valores e princípios do juiz. Há leis suficientes e
senso de responsabilidade e de dever nos magistrados para se orientarem no sentido do
que é adequado. Não basta fazer a coisa certa, mas deve-se fazê-la pelos motivos adequa-
dos”, refletiu.
Quem são os novos dirigentes
Luiz Fernando Wowk Penteado (presidente)
O desembargador federal Luiz Fernando Wowk Penteado, 56 anos, nasceu em Pruden-
tópolis, no estado do Paraná. Formou-se em Direito pela Fundação Universidade Esta-
dual de Ponta Grossa (PR), em 1983. É pós-graduado em Direito Administrativo pela Fa-
culdade de Direito de Curitiba. Penteado exerceu a advocacia até 1993, quando tomou
posse como procurador do Banco Central. Entre junho de 1995 e junho de 2001, chefiou
a Procuradoria Regional do banco.
Em junho de 2001, tomou posse como desembargador do TRF4, assumindo vaga pelo
quinto constitucional reservado aos advogados. Começou como membro da 6ª Tur-
ma previdenciária, na qual atuou por um ano. Posteriormente, foi para a 8ª Turma,
especializada em Direito Penal, a qual presidiu no biênio 2009-2011. Em sua carreira
no tribunal, foi diretor da Escola da Magistratura e atua como vice-presidente desde
junho de 2013.
Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz (vice-presidente)
O desembargador federal Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, 52 anos, é natural de
Porto Alegre. Graduou-se em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Uni-
sinos), de São Leopoldo, em 1985. Quatro anos depois, tomou posse como procurador
da República, sendo promovido a procurador-chefe da Procuradoria Regional da Re-
pública da 4ª Região em 1996. Thompson Flores tornou-se desembargador federal em
2001, assumindo vaga do quinto constitucional destinada aos membros do Ministério
Público. No tribunal, presidiu comissões examinadoras de dois concursos para juiz fe-
deral substituto. Nos últimos quatro anos, foi presidente da 3ª Turma, especializada em
Direito Administrativo, Cível e Comercial. Desde junho de 2013, é diretor da Escola da
Magistratura (Emagis) do TRF4.
Celso Kipper (corregedor regional)
Celso Kipper, 51 anos, nasceu em Lajeado (RS). Formou-se em Ciências Jurídicas e So-
ciais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) em janeiro de
1987. Trabalhou como servidor da Justiça Federal em Porto Alegre por dois anos, entre
1985 e 1987.
Foi assessor jurídico do município de Porto Alegre e professor de Direito Civil na Universi-
dade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) de 1987 a 1990. Exerceu a advocacia, na área pre-
videnciária e cível, de 1987 a 1991, quando ingressou na magistratura. Como juiz federal,
Kipper foi diretor do Foro da Seção Judici-
ária em Santa Catarina por duas gestões.
Em 2002, quando foram instalados os Jui-
zados Especiais Federais (JEFs) no país, ele
assumiu como presidente da Turma Recur-
sal catarinense, cargo que desempenhou
até janeiro de 2004. Kipper tomou posse
como desembargador em março de 2004
e atualmente é o vice-corregedor.
CERIMÔNIA