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o menor percentual de entrevistados que re-
feriu dirigir depois de beber (3%), enquanto
Florianópolis (SC) e Palmas tiveram a maior
proporção (14%) (11%), respectivamente.
Outro indicador importanteque já demonstra
um possível resultado da aplicação da Lei é a
redução, pela primeira vez em dez anos, no
número de mortos no trânsito no país. Entre
2012 e 2013, onúmerodeóbitos por vítimas de
acidentes de trânsito passou de 44.812 para
42.266, redução de 5,7%. Com isso, a taxa de
mortalidade também teve queda de 6,5% em
um ano, passando de 22,5 mortos por 100 mil
habitantes em 2012 para 21, em 2013.
“É possível observar que a direção veicular
após consumo de qualquer quantidade de
bebida alcoólica apresentou queda depois da
implantação de dispositivos legais e da ado-
ção de uma fiscalização mais rigorosa. No en-
tanto, os jovens do sexo masculino ainda são
o grupo mais crítico, principalmente na faixa
etária entre 25 e 34 anos”, afirma a diretora
do Departamento de Vigilância de Doenças e
Agravos Não Transmissíveis do Ministério da
Saúde, Deborah Malta. Segundo o Vigitel, o
percentual de brasileiros que admite beber e
dirigir nesse grupo é de 9,8%, bem acima da
média nacional.
Atualmente, o Brasil é um dos 25 países do
mundo que estabeleceram a tolerância zero
para o consumo de bebida alcoólica por mo-
toristas e um dos 130 que usam o teste do
LEI SECA
Cai em 16% índice de
brasileiros que admitem
beber e dirigir
Brasil é um dos 25 países do
mundo que estabeleceram a
tolerância zero para consumo de
bebida alcoólica por motoristas
Diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis do
Ministério da Saúde, Deborah Malta
Foto: Agência Brasil
A
pós o endurecimento da Lei Seca, em 2012, o percentual de adultos que admitem
beber e dirigir nas capitais do país teve queda de 16%, segundo dados do Vigitel
2014. No último ano, 5,9% dos brasileiros dizem ainda manter o hábito de conduzir
veículos motorizados após o consumo de qualquer quantidade de álcool – o que indica
uma queda em relação a 2012, quando 7% dos entrevistados referiram cometer a infração.
Os homens (10,7%) assumem mais os riscos da dupla álcool e direção do que as mulheres
(1,7%). Vitória (ES), Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE) se destacam como as capitais com
Mortes no trânsito
No Brasil, em 2013, 42.291 pessoas
perderam a vida em acidentes de
trânsito. De acordo com os dados
mais recentes da Polícia Rodoviária
Federal, em 2014, 508 morreram nas
rodovias brasileiras em razão de aci-
dentes nos quais houve envolvimen-
to de motoristas alcoolizados. Em
2015, até abril, as mortes contabiliza-
das pela PRF com esse tipo de ocor-
rência já chegam a 146. Outras 1.901
pessoas ficaram feridas gravemente
em função da mistura álcool/direção
em 2014; em 2015, até abril, já são re-
gistrados 552 feridos. Os acidentes
ocorridos por influência do álcool re-
gistrados vêm caindo. Em 2014 foram
7.391, contra os 7.526 de 2013 e 7.594
em 2012. Em 2015, até abril, são 2.220
acidentes nas estradas ocasionados
por uso de bebida alcoólica.
De acordo com as estimativas da
OMS, a cada ano 1,2 milhão de pesso-
as são mortas em todo o mundo e en-
tre 30 e 50 milhões ficam feridas. Os
óbitos ocorrem principalmente entre
crianças e jovens na faixa etária de
cinco a 29 anos, sendo que os jovens
do sexo masculino são as principais
vítimas. Os custos globais econômi-
cos calculados são de US$ 1,8 trilhão
anuais.