Revista Ações Legais - page 76-77

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FÓRUM
Supermercadistas
apresentam soluções para
aumentar a segurança
O
s supermercadistas paranaenses e especialistas em segurança pública se reuniram
no Fórum Segurança – Direito de Todos, promovido pela Apras (Associação Para-
naense de Supermercados), para discutir a falta de segurança da população e reu-
nir soluções que possam ser aplicadas pelo poder público. Um dos especialistas, o coronel
José Vicente da Silva Filho, que é ex-secretário nacional de segurança pública, palestrou
sobre o assunto, apresentou diversos cases de sucesso e destacou a importância de uma
gestão eficiente da Polícia e de investimentos que diminuam a desordem nos bairros.
O coronel destacou que com a crise atual, é importante saber trabalhar com os recursos
que se tem e que para isso será necessário se inspirar e também transpirar muito para
produzir uma organização mais eficiente, racional e bem sucedida. “O que a polícia pre-
cisa hoje é se inspirar na filosofia do comportamento do empresário, que precisa lucrar
com a estrutura que tem. O lucro da polícia é reduzir o crime e ambos precisam tratar
bem os seus clientes, que é o cidadão, já o bandido é o concorrente”. Ele ainda destacou
a importância da capacitação dos delegados, capitães e coronéis, além de uma cobrança
de resultados destes profissionais.
O delegado adjunto da Delegacia de Furtos e Roubos de Curitiba, Emmanoel Aschidamini
David, concordou que existe falta de conhecimento em gestão dentro dos órgãos públicos.
“Nós vivemos hoje uma crise institucional, moral, política, governamental e ética. Com
toda a certeza, princípios simples da gestão e da economia estão sendo aplicados nos
serviços públicos somente agora”, confirmou.
Gestão
Além de uma gestão mais eficiente, o coronel Vicente acrescentou que é preciso que haja
melhor cooperação entre a Polícia Civil e a Militar, além de uma parceria com a Polícia
Federal e uma íntima relação com a Prefeitura, pois, segundo ele, as áreas degradadas da
cidade produzem o crime. “Existem um conjunto de medidas que precisam ser pensadas
nas estratégias gerais da segurança do estado e nas estratégias particulares para cada ci-
dade. Isoladamente, o que se pode produzir é muito pouco, principalmente pela escassez
de recurso, mas em conjunto pode-se melhorar substancialmente”.
A integração também foi defendida pelo Promotor Alexey Chói Caruncho, que também
afirmou que soluções imediatas não existem. “É necessário um trabalho pontual e orga-
nizado em que todas as instituições voltadas ao sistema de justiça criminal conversem e
falem a mesma língua. Existem intentos disso, a gente sabe o quão difícil é, e neste diálo-
go, a sociedade tem que ter voz determinante”.
Legislação
Segundo a Polícia Militar, no setor supermercadista houve um crescimento de 15% nos
crimes de furtos. Já os crimes de roubos, praticados mediante violência ou grave ameaça,
cresceram 27%. “A Polícia Militar se preocupa em relação a este contexto e legislação, em
que no crime de furto caracterizado de maneira absoluta como um crime de menor po-
tencial ofensivo, o praticante deste delito não fica preso”, afirmou o Comandante Geral
da PMPR, Coronel Maurício Tortato.
Além de deixar sequelas psicológicas e físicas, os criminosos também criam prejuízos ma-
teriais para os empresários. “Nesta terra onde problemas não faltam, talvez o que mais
preocupe a grande maioria das pessoas seja insegurança coletiva diante da criminalidade
sem controle. O aumento dos furtos e dos roubos com atos de extrema violência no Pa-
raná, praticados por ação de organizações criminosas articuladas tem provocado danos
a vida de clientes e funcionários dos estabelecimentos comerciais, além de prejuízos de
Fotos: Divulgação
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