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feminino, o feminicídio e a violência doméstica, entre outras questões. Pelo menos 50
países integram o movimento, incluindo o Brasil.
A violência contra a mulher em números*
• Em 2015, as mulheres adultas, com idade entre 20 a 59 anos, foram as que mais tiveram
notificação de violência, com 98.200 notificações, do total de 162.575 (60,4%).
• Violência de repetição (mulher agredida mais de uma vez): 35,2% dos casos.
• As naturezas da violênciamais comuns: violência física (48,1%), psicológica/moral (23,6%)
e sexual, na forma de estupro (8,3%).
• O meio mais usado na agressão foi a força corporal/espancamento (49,7%).
• O local onde mais ocorreu a violência foi a residência das vítimas (63%), seguido de via
pública (12,7%).
• Entre as mulheres adolescentes e adultas, o principal autor da agressão foi o cônjuge/
ex-cônjuge/namorado(a)/ex-namorado(a) (22,7% e 48,2% dos registros, respectivamen-
te).
• O perfil de mortalidade revela que, das 567.456 mulheres vítimas de violência entre
2011 e 2015, 5.733 vieram a óbito por causas violentas.
• Do total de óbitos das mulheres, 19,9 % tinham história prévia de violência de repetição,
com destaque para adultas (21,8%) e idosas (21,2%).
• O local em que mais ocorreu a violência que levou ao óbito foi a residência (63,4%), se-
guido de vias públicas (15,8%).
• As principais causas de morte foram espancamento (23,6% dos casos), arma de fogo
(17,2%), objeto perfuro cortante (16,1%) e enforcamento (15,4%).
• O levantamento mostra que, entre 2011 a 2015, a taxa média de feminicídio foi de 4,5
óbitos por 100 mil mulheres da população geral. Nas vítimas de violência notificada an-
teriormente, ou seja, que já haviam buscado atendimento em unidades de saúde por
violência, a taxa de feminicídio é muito maior: 91,6 mortes por 100 mil mulheres.
• O MS conclui que “Os resultados deste estudo apontam que o risco de morrer por
causas violentas nas mulheres que sofreram e que foram notificadas por violência foi
maior do que na população feminina geral. As mortes podem ter relação direta ou não
com a violência notificada, porém os resultados mostram que as mulheres que sofre-
ram violência e foram notificadas vivem em condições de vulnerabilidade.”
* Dados do livro “Saúde Brasil 2015/2016”, que tem previsão de lançamento pelo Ministério da Saúde em maio
deste ano.