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afeto e de atenção, incluindo os jovens. Enquanto os pais estiverem ocupados demais
e não puderem entender a importância da presença na vida dos filhos, continuare-
mos a lidar com essas situações no cotidiano”, diz Thais.
“Muitos pais acreditam que a infância é a fase mais crítica e que quando os filhos cres-
cem a atenção não é tão necessária. Isso é um equívoco. A adolescência é uma fase
repleta de conflitos emocionais. Além disso, há mudanças fisiológicas importantes,
como a perda de 30% dos receptores da dopamina, um neurotransmissor ligado à sen-
sação de prazer e felicidade. Com isso, o adolescente pode ficar mais depressivo ou
mal humorado. Sem contar que nessa fase a área do cérebro que controla os impul-
sos, planejamento de consequências e o pensamento de causa e efeito é pouco de-
senvolvida, levando o jovem a não prever os riscos envolvidos em certas situações”,
explica Thais.
Os pais precisam ter em mente que são insubstituíveis na vida dos filhos. Isso é es-
pecialmente importante para casais que se separam. Não existe divórcio dos filhos.
Outro ponto é que a internet tem “substituído” a presença dos pais e isso é muito
prejudicial, principalmente porque não há controle sobre o conteúdo acessado.
Segundo Thais, há várias ameaças online, a Baleia Azul é apenas uma delas. “Quantos
casos conhecemos de pedofilia online, por exemplo? Sem contar que para entrar em
algumas redes sociais é preciso ter mais de 18 anos, portanto o que adolescentes es-
tão fazendo no Facebook? Com quem eles falam? O que eles falam? Que tipo de site
eles acessam? Quantas horas por dia eles ficam online?”.
“Hoje há um excesso de conectividade que pode, inclusive, levar o jovem à depen-
dência da tecnologia. Esse abuso pode gerar isolamento social, que por sua vez pode
levar à depressão. Portanto, como vemos, há urgência em rever o tipo de relaciona-
mento dos pais com os filhos. É preciso sim exercer a autoridade para dar limites, para
impor a disciplina. Isso é especialmente importante, por exemplo, para estabelecer
regras de uso da internet, do celular”, diz Thais.
“Tudo é uma questão de bom senso. Na adolescência há um afastamento natural dos
pais. Os pais precisam saber lidar com isso de forma respeitosa. Os limites devem ser
colocados de forma afetuosa, não rígida demais. Os pais precisam também prestar
atenção em mudanças de comportamento, como passar horas trancado no quarto,
excesso ou falta de sono, excesso ou falta de apetite, mudança drástica na forma de
se vestir, surgimento de amizades com pessoas mais velhas ou que tenham proble-
mas com drogas ou álcool. Só é possível notar essas mudanças se os pais se dedica-
rem aos filhos com sua presença, afeto e atenção”, conclui Thais.