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ARTIGO
Como as relações
corporativas serão afetadas
pela nova reforma trabalhista
Por Jorge Pacheco, especialista na
cultura de coworkings no Brasil
E
stamos em um período de discussões acalora-
das em torno da reforma trabalhista aprovada
pelo atual governo. Os que são contra, dizem
que os trabalhadores irão perder direitos, já os de-
fensores afirmam que as mudanças irão flexibilizar
a relação entre patrões e colaboradores, gerando
mais empregos. Acho muito importante esse tipo de
debate, afinal vivemos em uma democracia. Porém,
creio que a discussão vai muito mais além.
A relação trabalhista vai mudar consideravelmente
nos próximos anos e a tecnologia é uma aliada nes-
sa situação. Você não precisa mais seguir um mode-
lo secular, onde a jornada é das 8h às 18h e, caso
chegue com dez minutos de atraso, corre o risco de
ter um desconto no seu salário. É inacreditável, mas
isso ainda acontece em pleno século XXI. Hoje mui-
tas as pessoas podem trabalhar de qualquer lugar,
para isso basta ter um laptop e conexão a internet.
Claro que temos exceções a isso, porém até para es-
ses casos é possível prever mudanças.
Há uma geração entrando para o mercado de traba-
lho que nunca conseguirá se adaptar ao velhomode-
lo, pois sua relação com o mundo vai muito além do
trabalho. Todos querem fazer carreiras, claro, mas a
flexibilidade de horários dá uma liberdade que, infe-
lizmente, nossos pais e avós não puderam aprovei-
tar. Quantas vezes vimos eles falando que trabalha-
ram demais durante a vida e isso fez como que não aproveitassem as coisas simples da
vida, como o crescimento dos filhos?
Temos que levar para o centro da discussão a nova maneira de se trabalhar, no qual os ho-
rários não são mais o fator principal, mas sim os resultados nos prazos corretos. Muitos
“patrões” dizem que esse modelo é utópico, por isso, faço um convite para eles conhe-
çam o funcionamento de um coworking e toda relação entre as pessoas, startups e em-
presas que lá estão. A conexão colaborativa, sem o condicionamento de antigas regras
trabalhistas e valorizando as pessoas induz ao crescimento, a inovação e tantos outros
fatores que favorecem a cadeia econômica como um todo. Fora a isso, tem outro fator
fundamental, a felicidade.
Sim, a felicidade é um assunto que deve fazer parte desse novo modelo de trabalho. Co-
laboradores felizes, satisfeitos na vida pessoal e profissional rendem mais, aumentam a
produtividade e por fim, apresentam retorno positivo para as empresas. Chega de pes-
soas infelizes em seus trabalhos, vamos dar um basta de vez nesse quadro. Para isso, te-
remos que entender como esse formato livre de trabalho entrará na nova reforma, pois
tanto empresas como seus colaboradores deverão ter diretos assegurados para que a
relação seja de transparência e benefícios para todos.
A relação trabalhista vai
mudar consideravelmente nos
próximos anos e a tecnologia
é uma aliada nessa situação