Revista Ações Legais - page 90-91

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EMPREENDEDORISMO
Incubadora auxilia
advogados recém-formados
O
sonho de muitos jovens advogados é abrir o seu próprio escritório. Mas esse so-
nho pode ir por água abaixo logo nos primeiros dois anos do negócio por falta
de planejamento e inovação. Este é o período mais crítico para qualquer empre-
sa e não seria diferente na área jurídica e, se somarmos a falta de experiência gerencial
dos profissionais recém-formados em Direito, o cenário tende ainda mais ao desastre. A
solução pode estar na “Incubadora de Escritórios de Advocacia”, que faz a ponte entre o
mercado e o conhecimento obtido nas universidades, com a experiência de mentoria em
Inovação e Gestão Legal.
A “Incubadora de Escritórios de Advocacia” é fruto de uma parceria entre a Universidade
Positivo (UP) e o Instituto Internacional de Gestão Legal (IGL). Foi criada em 2015, emCuri-
tiba (PR), para ampliar o campo de atuação dos advogados recém-formados que desejam
ingressar em áreas inovadoras do Direito e fazer com que, em um ambiente propício ao
empreendedorismo e com apoio gerencial, seus escritórios tenham melhores condições
de deslanchar e obter sucesso.
“Esse projeto possibilita novos conhecimentos aos advogados, em uma prática diferente
de tudo o que eles viram quando eram alunos, pois não há disciplina de Gestão Legal nas
faculdades de Direito. E o mais importante, eles abrem novos campos e perspectivas na
profissão, já que a ideia é orientá-los para que possam desenvolver um trabalho inovador
em uma área que mais os agrade”, explica a professora Thais Paschoal Lunardi, coorde-
nadora do projeto pela Universidade Positivo.
De acordo com Rodrigo Bertozzi, do Conselho de Administração do IGL, a ideia é revolu-
cionar a área jurídica e atrair novos talentos. “O projeto da incubadora na advocacia é o
primeiro do gênero no mundo. Foi inspirado nos modelos de incubadoras já existentes
em outras áreas, entendendo que o Direito também precisa inovar, ao longo do tempo”,
analisa o especialista.
Ele acredita que os participantes ganham em pouco tempo conhecimentos e experiência
que advogados geralmente levam cerca de 10 anos para adquirir; mas lembra que uns dos
requisitos para implantação da Incubadora é que os acadêmicos tenham sido aprovados
no Exame de Ordem da OAB.
Lara Selem, uma das fundadoras do IGL, destaca, por sua vez, que o objetivo principal
do Instituto é multiplicar o conceito de Gestão Legal pelo país por meio da Incubadora de
Escritórios de Advocacia, de Projetos de Pesquisa e da Certificação de Gestores Legais.
“Para colocar em prática a Incubadora de Escritórios de Advocacia precisávamos de um
parceiro educacional e, diante disso, apresentamos o projeto para a Universidade Positi-
vo, que aceitou o desafio”, explica a advogada e consultora.
Em dois anos já passaram pela Incubadora de Escritórios de Advocacia mais de 130 parti-
cipantes. Só os melhores foram incubados. Na fase de pré-incubação, que tem duração
de oito semanas, os acadêmicos de Direito e jovens advogados aprendem a estruturar o
Legal Canvas (ferramenta empresarial de gerenciamento estratégico adaptada para es-
critórios de advocacia ) do seu futuro escritório, com foco em inovação na área jurídica.
Conhecem também metodologias de gestão estratégica, sociedade de advogados, ges-
tão de equipes, entendimento do mercado, entre outros temas relevantes.
Durante esse período, eles se reúnem e participam de palestras, dinâmicas e mento-
rias para preparar o projeto que será analisado para a Comissão Julgadora. Apenas o(s)
melhor(es) plano(s) de negócio passam para a fase de incubação, que tem duração de 12
meses. Nesta fase, os incubados têm apoio nas áreas de Gestão Legal e desenvolvimen-
to técnico-jurídico para aprimorar o escritório que está sendo criado. Na área de Gestão
Legal, eles são orientados pelo escritório Selem Bertozzi Consultoria, especialista no as-
sunto.
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