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José Vianna, Christianne Machiavelli e Samuel Suss
mento de uma área de capacitação e treinamento em comunicação da Central Press, que
traz um cardápio de cursos e palestras, visando à formação de profissionais mais prepara-
dos e engajados no relacionamento com a mídia. A equipe ganha reforços dos jornalistas
Jeferson Souza e Fernanda Rocha na condução das atividades.
A Central Press já realiza, há mais de 15 anos, um trabalho de media training para seu por-
tfólio de clientes, e agora decidiu expandir e compartilhar essa expertise no mercado de
negócios. “Incrementamos o media training e passamos a customizá-lo de acordo com o
público alvo e demanda corporativa; introduzimos treinamento teórico e prático, no qual
o participante aprende o funcionamento dos meios de comunicação impresso, eletrônico
e digital, recebe orientações sobre cuidados com a imagem e preparamos o profissional
para atuar como porta voz”, explica o novo sócio da empresa na área de treinamento, Je-
ferson de Souza. A relação de palestras incluem temas como liderança, negócios, mídia,
técnicas de feedback e redes sociais. Jeferson assinalou ainda que a área de capacitação
e treinamento será responsável pelo desenvolvimento de guias e manuais de relaciona-
mento com a imprensa e gestão de crises, tudo sob medida para cada demanda e organi-
zação.
Debate
O debate "Lava Jato e a Reputação Corporativa" trouxe para a discussão três pontos de
vista sobre a questão: o da empresa, defendido pelo presidente interino, diretor jurídico
e líder da área de riscos e compliance da Fomento Paraná, Samuel Suss; o da justiça, de-
batido pela assessora de imprensa da Justiça Federal do Paraná, Christianne Machiavelli;
e o da imprensa, pelo produtor da TV Globo na cobertura da Operação Lava Jato, José
Vianna.
Para Samuel Suss, os resultados da Lava Jato e de outras operações deflagradas deixam
clara a necessidade de ferramentas, planejamento e códigos de ética e conduta no meio
corporativo, além do engajamento dos colaboradores, líderes e gestores. “É uma ques-
tão de sobrevivência no negócio global a implantação de programas de compliance. É
uma exigência e urgência mundiais”, enfatizou. Apesar de ser uma área de conhecimento
nova no Brasil, fora do país, o compliance foi amplamente difundido na década de 1970,
nos Estados Unidos, depois de escândalos corporativos. “Aqui, ela começou a se fazer
presente com a Lei da Anticorrupção e se acentuou com a Lei das Estatais ou Lei de Res-
ponsabilidade das Estatais”, explicou Suss.
Christianne Machiavelli faz coro com Suss e reforça que, juntamente com a compliance, a
adoção de uma política de comunicação adequada é a chave para preservar a reputação
de órgãos e agentes públicos, empresas e empresários, porque reforça, na prática, os va-
lores da eficiência, transparência, controle, moralidade e impessoalidade. “Penso que o
Brasil precisa evoluir muito em relação a este assunto. E acredito que eventos como este
indicam o caminho”, disse. Segundo ela, o Poder Judiciário está vendo com bons olhos
a apuração da verdade dos fatos com tanta probidade pela imprensa. “Acredito que es-
tamos aprendendo a fazer da comunicação uma ferramenta para aproximar a justiça do
cidadão”, definiu.
Para o produtor José Vianna, mostrar os desdobramentos de casos de corrupção, lava-
gem de dinheiro, denunciar propinas, escândalos em tantos segmentos são responsabi-
lidades dos comunicadores perante os brasileiros. “Mas tudo dentro dos parâmetros da
verdade, da ética profissional e da investigação imparcial e apartidária”. Em três anos, a
equipe de Vianna já produziu mais de mil reportagens sobre o assunto. “Devemos confiar
em veículos que são sérios e éticos. Todos nós sabemos como boatos e mentiras podem
impactar e destruir a vida das pessoas e de organizações. Esse debate reitera a importân-
cia de uma comunicação bem planejada, notícias apuradas e investigadas e profissionais
preparados para lidar com crises”, ressaltou.
DEBATE