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LIVROS
Editora Bonijuris lança
biografia de Alexandre
Queiroz
S
e “um país se faz com homens e livros”, como
cravou Monteiro Lobato, nada mais apropria-
do
do que contar a história de grandes personali-
dades que ajudaram a construir a história do Brasil.
Nesta sexta-feira, a editora curitibana Bonijuris lan-
ça sua primeira obra na categoria biografia e livro
de
arte: Memórias de Alexandre Queiroz: da estirpe baia-
na
à família catarinense. Trata-se de um memorial de um brasileiro, de origem baiana, que
constituiu família e firmou carreira no Direito em Santa Catarina, tornando-se um proemi-
nente advogado e defensor das causas públicas. O lançamento, como tradicionalmente
faz a editora, será em grande estilo no restaurante Mezza Notte I, num evento que reuni-
rá juristas, familiares e formadores de opinião.
Nascido em Valença (BA), Alexandre personifica a história de muitos brasileiros que cru-
zaram este país continental nas levadas desenvolvimentistas do século 20. Seu pai, Enéas
Vasconcelos de Queiroz, tornou-se engenheiro-chefe da Fiscalização Federal das Estra-
das de Ferro nos anos 1930, o que levava a família a longos períodos em outras cidades
e estados. Já formado em Direito na Bahia, conheceu a primeira esposa Dulce Fernandes
em visita ao pai em Tubarão (SC), dando sequência à linhagem dos Queiroz no Sul do país.
Alexandre Queiroz era sobrinho-bisneto de Zacarias de Góis e Vasconcelos, primeiro-
-ministro do Império, ex-presidente da Província do Paraná e idealizador da Estrada da
Graciosa, homenageado na conhecida Praça Zacarias - centro de Curitiba. Algumas passa-
gens desta biografia tiveram como referência a obra O Conselheiro Zacarias, escrito pelo
já falecido Tulio Vargas, político, historiador e ex-presidente da Academia Paranaense de
Letras.
A obra, no formato álbum e ricamente ilustrada com fotos e documentos, é a confluência
de forças dos herdeiros de Alexandre: seus filhos Luiz Fernando de Queiroz, editor-chefe
da Editora Bonijuris, e Maria Tereza de Queiroz Piacentini, mestre em Educação; e suas
netas Dulce de Queiroz Piacentini e Olga Maria Krieger, responsáveis pela organização do
livro.
Em 1997, Maria Tereza fez uma série de entrevistas com o pai, nas quais todos os assuntos
que permeiam o livro foram abordados. Essa iniciativa proporcionou um ganho de rique-
za na estrutura narrativa, já que em cada capítulo há comentários do próprio biografado.
Assim, a biografia contémo começo das reminiscências escritas por Alexandre como pon-
to de partida, bem como outros recursos para ajudar o leitor a compreender o que está
além do texto: a árvore genealógica das famílias Vasconcelos e Queiroz; ummapeamento
genealógico começando com Enéas, o pai de Alexandre, e chegando aos dias de hoje; a
linha do tempo da vida de Alexandre; um curriculum vitaecompleto do biografado con-
tendo detalhes que escapam ao texto narrativo, e um índice onomástico, o qual permite
análises que ultrapassam o enredo de vida dos Queiroz.
Falecido em 2007, o Dr. Queiroz, como era conhecido e cuja alcunha deixou de herança ao
filho, completaria um século em 2016. A obra coloca em evidência as relações pessoais,
profissionais e políticas de uma época, os fatores que levavam às tomadas de decisões
na família e os traços que fizeram de Alexandre o grande homem que ele foi, tornando a
publicação atraente mesmo para aqueles que ainda não o conheciam.
Fotos Divulgação