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ARTIGO
Jurimetria e as verdadeiras
reformas
P
odemos dizer que 2016 foi o ano mais impor-
tante na história da Jurimetria. Essa nova disci-
plina ganhou espaço em diversos centros aca-
dêmicos e começa a ser incutida na mentalidade do
estudante de direito desde a graduação.
Além disso, diversos projetos desenvolvidos em par-
ceria com órgãos de governo e entidades represen-
tativas de classe ao longo dos últimos doze meses
demonstraram o potencial que tem essa disciplina
de jogar luz sobre debates relevantes do direito, que
até então estavam encalacrados em posições políti-
cas dogmáticas ou em discussões excessivamente
teóricas.
Para ilustrar esse avanço e o seu efeito transforma-
dor sobre a sociedade, gostaria de citar iniciativas
que, pela relevância dos temas e importância dos re-
sultados, colocam o Brasil na vanguarda da pesquisa
empírica quantitativa em direito.
Uma atividade que nos orgulhou muito foi a realização o primeiro curso de Jurimetria e
gestão estratégica de tribunais no Brasil. O curso foi ministrado em Brasília e tratou de
temas relevantes como extração e análise de dados, text mining, aplicações de análises
estatísticas em decisões judiciais e recursos repetitivos e técnicas para formulação e edi-
ção de súmulas. Ali, pela primeira vez, foram reunidas as áreas de gestão estratégica da
cúpula do Poder Judiciário brasileiro, incluindo STF, TST, TSE, CNJ, TJDF dentre outros.
No campo das pesquisas, também desenvolvemos um trabalho em parceria com o Insti-
tuto Sou da Paz para a Secretaria Nacional de Segurança Pública a respeito da Estratégia
Nacional de Segurança Pública - ENASP e o processamento de homicídios em três unida-
des da federação. A pesquisa identificou os principais gargalos e quais fases processuais
demandam mais tempo.
Foto: Divulgação