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ESTRATÉGIAS
Advogado-geral defende
atuação conjunta entre
instituições para combater a
corrupção
O
advogado-geral da União, André Mendonça, defendeu que as instituições do país
atuem de forma integrada para combater a corrupção. As declarações foram da-
das durante participação na abertura do seminário “Enfrentamento à corrupção:
estratégias de atuação no contexto atual”, realizado pela Câmara de Combate à Corrup-
ção do Ministério Público Federal (5CCR/MPF) para marcar o Dia Internacional de Comba-
te à Corrupção, celebrado em 9 de dezembro.
"Hoje, o crime organizado atua de forma não hierarquizada. Nem sempre dá para saber
quem é o líder, e, mesmo que se retire uma pessoa importante da organização criminosa,
esse organismo é capaz de se recompor rapidamente. Por isso é tão importante que as
instituições públicas atuem em rede, de forma coordenada", explicou o advogado-geral.
Além de fomentar uma atuação em rede dos órgãos públicos, Mendonça ressaltou ser
necessário melhorar o nível de transparência— inclusive nas esferas municipais e estadu-
ais — e envolver mais os cidadãos na luta contra a corrupção.
O advogado-geral também lamentou dados do Banco Mundial que mostram que, entre
uma amostra de mais de 200 países, o Brasil foi o que mais regrediu nos indicadores de
controle da corrupção entre 2011 e 2017. No entanto, Mendonça ressaltou que o país su-
biu vários degraus a partir dos resultados obtidos pela Operação Lava Jato.
"O Brasil sai fortalecido diante do enfrentamento do maior caso de corrupção de sua his-
tória", pontuou. "Minha expectativa é de que, nos próximos anos, e quem sabe já nesses
três anos subsequentes, nós sejamos o país que mais terá avançado no controle da cor-
rupção", completou.
Participaram também da abertura o procurador-geral da República, Augusto Aras, a coor-
denadora da 5CCR, subprocuradora-geral da República Maria Iraneide Facchini, e o minis-
tro-substituto do Tribunal de Contas da União (TCU), Marcos Bemquerer.
Iniciativas
Aras anunciou que a Procuradoria-Geral da República planeja criar uma Unidade Anticor-
rupção. "Essa unidade, que está sendo formatada agora, visa otimizar as operações, es-
tabelecendo uma nova dinâmica", disse ele.
Outra iniciativa vai ser a criação de um grupo de trabalho para elaborar um manual de
boas práticas de delação premiada e de acordos de leniência. "O combate à corrupção há
de ser um projeto de Estado, e não de governo", explicou o procurador-geral.
Ao longo deste ano, a AGU celebrou, em conjunto com a Controladoria-Geral da União
(CGU), onze acordos de leniência com empresas investigadas pela prática de corrupção
por meio dos quais R$ 13,6 bilhões serão pagos aos cofres públicos.
Advogado-geral da União, André Mendonça
Foto: Divulgação