Revista Ações Legais - page 98

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FIQUE POR DENTRO
Aumento de casos de violência doméstica
Um projeto sobre violência doméstica que teve início
como um trabalho escolar invadiu as redes sociais e,
agora, os condomínios e estabelecimentos comerciais
de Curitiba. Os estudantes Paola Nogaroli, de 17 anos, e
Artur Cintra, de 16 anos, criaram a campanha "Você nun-
ca estará sozinha" para a disciplina de CAS (Criatividade,
Atividade e Serviço) do Colégio Positivo - Internacional,
inspirados no aumento de casos de violência doméstica
durante a pandemia. "O isolamento social intensificou
a convivência entre os familiares. O cenário de ansieda-
de, apreensão, incertezas e adversidades imposto pela
pandemia, além do consumo excessivo de álcool nesse
período, colaborou para o aumento da tensão dentro de
casa - o que tem desencadeado um aumento de diversas
formas de agressão", conta Paola.
Em abril, quando o isolamento social imposto pela pandemia já durava mais de um mês, a
quantidade de denúncias de violência contra a mulher recebidas no canal 180 deu um salto:
cresceu quase 40% em relação ao mesmo mês de 2019, segundo dados do Ministério da Mu-
lher, da Família e dos Direitos Humanos (MMDH). "Oquemaisme preocupa não são os núme-
ros gritantes de notificações, mas as pessoas que não conseguem denunciar", explica Artur.
Por isso, o foco da campanha é na divulgação das formas de denúncia, sendo a principal delas
o telefone 180. Um cartaz destaca o número e traz umQR Code que leva a uma landing page
com informações completas sobre o tema. A imagem impactante do cartaz, criada pela es-
tudante Mariana Taques, se espalhou pelas redes sociais, com mais de 3 milhões de pessoas
impactadas. Além disso, os estudantes contaram com o apoio de amigos e professores, que
colocaram o cartaz em lugares públicos de grande circulação de pessoas, como elevadores e
estabelecimentos comerciais. 
Agora, por meio de uma parceria com a Outdoormídia, a campanha chega às ruas de Curitiba
(PR). O cartaz está sendo exibido em 16 outdoors digitais e mobiliários urbanos espalhados
pela cidade toda. "Temos visto relatos de meninas e mulheres que estão sofrendo em isola-
mento com companheiros abusivos, vítimas de agressão física, abuso psicológico, emocional
e sexual - e cabe a nós, enquanto sociedade, proteger essas mulheres", afirma Paola.
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