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ATENDIMENTO INTEGRAL
MPPR destaca direitos
garantidos para prevenção e
tratamento do câncer de mama
Fonte: Ministério Público do Paraná/Comunicação Social
“
Não tinha histórico familiar. Estava
com 39 anos, tinha acabado de ga-
nhar minha terceira filha, que ama-
mentei por dez meses. Meu perfil não indi-
cava, mas fui diagnosticada com câncer.” O
relato é da servidora Roselene Sonda, assis-
tente social doMinistérioPúblicodoParaná.
Hoje com 52 anos, Lena, como é conhecida
na instituição, teve dois episódios de câncer
de mama, em 2004 e 2008. Enfrentou duas
vezes o tratamento e segue livre da doença.
Como ela, só para este ano, o Instituto Na-
cional do Câncer (Inca) prevê que perto de
58 mil mulheres serão diagnosticadas com
câncer demama no país.
Omastologista Marcelo Bello, diretor do Hospital do Câncer III, do Inca, referência nacional de
tratamento, conta que a maior parte desses novos casos, algo em torno de 40 mil, se concen-
tra nas regiões Sul e Sudeste do país e apenas 1% dos pacientes são homens. “Apesar de ser o
câncer mais frequente nas mulheres no Brasil e no mundo, ainda existe um tabu em relação a
doença emboa parte da nossa população”, diz. Nesse sentido, omédico destaca a importância
de campanhas de conscientização, como a iniciativaOutubroRosa, apoiada pelo Inca. “Omaior
objetivo dessas ações, na minha opinião, seria retirar o medo do câncer de mama e mostrar às
pessoas que receber este diagnóstico não é uma sentença demorte”, afirma.
De acordo comBello, obomatendimentonas unidades de atençãobásica é fundamental para a
identificação precoce da doença. “Nossos números demonstramque a quantidade de diagnós-
ticos emfase inicial permaneceu razoavelmente estável nos últimos anos, porémabaixodoque
gostaríamos”, avalia o mastologista. A partir da avaliação médica, a paciente é encaminhada
para exames, comoamamografia. Paramulheres apartir de 50 anos esse exame égarantidona
rede pública, pois se trata damaior faixa de risco para a doença. “Mais de 75% dos casos de cân-
cer demama ocorremapós os 50 anos”, diz omédico. “É importante salientar que, em face de
uma indicação médica, para avaliação diagnóstica, a mamografia pode ser realizada no serviço
público sempre que necessário, independente da idade”.
Atendimento integral
A promotora de Justiça Michelle Ribeiro
Morrone Fontana, do Centro de Apoio Ope-
racional das Promotorias de Justiça de Pro-
teção à Saúde Pública do MPPR, destaca
que o Sistema Único de Saúde (SUS) aten-
de o câncer de mama tanto na prevenção,
com a realização de consultas e exames,
quanto no tratamento. “A rede de saúde
pública deve estar adequadamente estru-
turada para receber todas as mulheres que
buscam o atendimento”, diz. “As cidades
que não possuem oferta do suporte médico especializado têm a responsabilidade de en-
caminhar as pacientes para o serviço de oncologia de referência da região, garantindo o
acesso aos locais de atendimento, inclusive com o custeio de transporte e alimentação”,
explica.
Quando a doença é diagnosticada, o tratamento deve ser iniciado em, no máximo, 60
dias – isso é garantido por lei. A rede pública oferece todas as modalidades necessárias
para tratar o câncer de mama, como cirurgias, quimioterapia, radioterapia, terapia alvo
(quando indicado) e hormonoterapia. Também é assegurado à paciente, por lei, o acesso
na rede pública à cirurgia plástica para reconstrução das mamas. Segundo a promotora,
o MPPR pode auxiliar caso a mulher encontre alguma dificuldade, como falta de profis-
sionais de saúde especializados, demora na realização da mamografia ou falta de medi-
camentos. “Nossa orientação é que primeiro busque a Ouvidoria do Município e do SUS
e reporte a situação. Não havendo retorno, pode procurar o Ministério Público, por meio
dos promotores de Justiça”, conta.
Informação
A ginecologista Liliane Johnscher, que atua junto ao Centro de Apoio, destaca que ações
de prevenção à enfermidade devem ser adotadas pelas mulheres durante todo o ano.
Promotora de Justiça Michelle Ribeiro
Morrone Fontana
Divulgação