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vezes me sinto até meio preguiçoso”, brinca.
“O ingresso de Lucas no Doutorado nos tem feito pensar em políticas de acesso e perma-
nência à pessoa comdeficiência no ensino superior, especialmente no nosso Programa de
pós-graduação”, destaca o coordenador do Programa, professor-doutor Fernando Brito.
Atualmente, a UENP tem cerca de 30 acadêmicos com algum tipo de deficiência física, vi-
sual ou auditiva. O processo seletivo vestibular oferece condições especiais para pessoas
com deficiência, tendo acréscimo de uma hora no tempo de prova e demais alterações
nas condições de realização do exame, conforme a necessidade de cada candidato, ava-
liada por uma banca específica.
Trajetória e visões
Lucas fez os primeiros anos de seu ensino fundamental em uma classe especial. Depois, inte-
grou as turmas regulares. Durante o ensino médio, diz ter cogitado seguir para a área da Pu-
blicidade, mas acabou parando no Direito. “Não tinha muita clareza do que iria fazer. Mas no
primeiro mês da faculdade, tive certeza de que realmente o Direito era o que eu queria para
a minha vida”, conta.
“Nãomuito depois eu tambémdecidi que queria ser professor. Por isso acabei seguindo o ca-
minho da vida acadêmica e hoje faço doutorado na UENP. Quero lecionar e produzir. No pró-
ximo semestre já farei estágio em docência junto aos alunos do curso”, relata o acadêmico.
Lucas não teme o preconceito, embora reconheça que ele exista. “Eu já sofri muito com pre-
conceito. Hoje, nãomais. As pessoas me respeitame reconhecemomeu trabalho. Mas é pre-
ciso educar para prevenir também o preconceito à pessoa com deficiência”, afirma.
A leitura de Dantas sobre o cenário atual da educação e da inclusão da pessoa com defici-
ência na Academia aponta para um contexto ainda longe do satisfatório. “Os alunos, de
forma geral, são pouco incentivados a chegar até a pós-graduação. Se não é comum para
os indivíduos sem deficiência ingressar em mestrados e doutorados, imagina para uma
pessoa deficiente”, compara.
“Falta investimento para atrair e manter a pessoa com deficiência estudando. A maior
parte dos deficientes vem de classes mais baixas, pois muitas das deficiências são causa-
das por problemas na gravidez que seriam evitados se houvesse o acompanhamento mé-
dico adequado. Mas, para uma pessoa em estado de vulnerabilidade, esse cuidado nem
sempre é possível. São necessárias mais políticas públicas de inclusão ao deficiente em
todos os níveis educacionais, do infantil à pós-graduação”, defende.
SUPERAÇÃO
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