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ARTIGO
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É fundamental que as empresas identifiquem quais dados são manipulados e gerencia-
dos, analisando como eles são armazenados e protegidos de possíveis ameaças, poten-
cializando as políticas de privacidade e segurança da empresa, em conformidade com
o que determina a lei. “Será necessário uma mudança na forma como as empresas tra-
balham com os dados. Torna-se indispensável que as empresas invistam em softwares
que identifiquem riscos, façam a gestão das informações, garantindo mais segurança de
transferências de dados e controle ao acesso das informações”, finaliza Miranda.
O especialista ainda ressalta que são necessárias algumas práticas para implementar a
LGPD nas empresas. Confira:
Gerencie e avalie os dados:
as empresas precisam estar atentas ao que já está sendo feito
internamente e avaliar a proteção dos dados de todos os envolvidos nos processos. É impor-
tante implementar soluções e políticas de proteção destes dados em toda a organização.
Monitoramento:
controle e faça vistorias constantes na empresa, evitando possíveis va-
zamentos de informações internamente e externamente. E, certifique-se que somente
pessoas necessárias tem acesso as informações.
Compartilhamento de informações e dados:
é necessário que o usuário tenha consen-
timento do compartilhamento de seus dados. Além disso, as empresas precisam ter em
mente que, ao compartilhar informações com terceiros, ela continua responsável por es-
tas informações.
Solicitação de informações:
com a determinação da lei, os clientes podem solicitar ou
excluir os dados a qualquer momento, bem como saber onde esses dados estão arma-
zenados, diante disso, a empresa precisa estar ciente que, ao solicitar as informações, é
determinado um prazo para entregar essa informação ao cliente.
NEGÓCIOS
Big Brother tributário
O
ambiente econômico mundial tem se torna-
do cada vez mais complexo. São muitas vari-
áveis de mercado que influenciam o sucesso
de uma organização. Mas no Brasil temos um fator
adicional: o ambiente tributário. São diversos moti-
vos que tornam o cenário desafiador para as empre-
sas em nosso país. Segundo o Instituto Brasileiro de
Planejamento e Tributação (IBPT), existem hoje em
vigor no Brasil 63 tipos de tributos e quase cem tipos
de obrigações acessórias diferentes. Um estudo do
Banco Mundial, de 2018, denominado “Doing Busi-
ness”, aponta que o Brasil é o número 184 quando o
tema é “pagamento de impostos”, dentro de um uni-
verso de 190 países. Demoramos, em média, mais de
1.950 horas por ano para efetuar este tipo de proce-
dimento para atendimento ao Fisco. Somos os cam-
peões mundiais nesse quesito.
Mas os problemas não param por aí. A carga tributá-
ria brasileira supera os 32% sobre o PIB, segundo es-
tudos da Receita Federal de 2017. Ou seja, em torno
de um terço da geração de riqueza em nosso país é
comprometido com os tributos. A nossa sistemática
tributária atual prejudica o consumo, principalmente
com ISS, ICMS, PIS e COFINS. A tributação sobre o
lucro também é alta: este ano, o Brasil se tornará o
país que mais tributa os rendimentos das empresas,
passando o posto da França.
A alta carga tributária se justifica, em parte, pelo fato
de haver excesso de concessões de benefícios fiscais
e sonegação por parte de alguns contribuintes. Tais
situações, se diferentes e bem cuidadas pelo nosso
Governo, população e empresários, teriam potencial
de redução de carga tributária. Além do mais, a alta