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inicial para ações trabalhistas, chegando a calcular até o valor a ser pedido na Justiça.
A plataforma cognitiva da IBM, conhecida como Watson, também já está sendo usada
por escritórios de advocacia para resumir processos e agilizar o trabalho burocrático de
inúmeros advogados. A inteligência artificial traz maior agilidade para os processos e de-
safoga os profissionais do trabalho repetitivo, permitindo mais tempo para tarefas que
exigem maior criatividade e pensamento crítico.
E a adoção dessas tecnologias não deve ficar restrita apenas aos escritórios de advocacia.
Na Estônia, o Ministério da Justiça anunciou a criação do primeiro “juiz robô”, uma inte-
ligência artificial que poderá ser usada para mediar pequenas causas, com indenizações
inferiores a 7 mil euros. A intenção é liberar os juízes do país para se dedicarem a casos
mais complexos.
As análises preditivas, a capacidade cognitiva das máquinas e os algoritmos irão facilitar
o trabalho e trazer agilidade para os processos, podendo até reduzir a morosidade do
sistema jurídico brasileiro. No entanto, por mais positivo que tudo isso pareça, muitos
advogados estão se sentindo ameaçados.
Boa parte desse comportamento repulsivo às inovações é decorrente da falta de preparo
desses profissionais para lidar com a tecnologia. O Brasil tem 1.406 faculdades de direito,
contra cerca de 1.200 no mundo todo. A estimativa é que até 2032, tenhamos mais de 2
milhões de profissionais formados.
Infelizmente, boa parte dessas universidades não está se adaptando à velocidade com
que esse mercado se transforma. São raras as que já incluem no currículo o desenvolvi-
mento de capacidades numéricas e matemáticas, além das chamadas soft skills, que são
as habilidades comportamentais voltadas à criatividade, comunicação e senso crítico.
Dessa forma, caberá aos próprios profissionais repensarem a profissão, buscando alter-
nativas viáveis para a execução de um direito preciso, ágil e realmente eficiente. A busca
por conhecimentos em áreas como Big Data e Machine Learning será fundamental para o
advogado do futuro. Um novo capítulo começa a ser escrito na história do direito. Quem
não se atentar às transformações, inevitavelmente ficará para trás.
Por Marília Cardoso, jornalista, com
pós-graduação em Comunicação
Empresarial, MBA em Marketing e pós-
MBA em Inovação
Direito 4.0: como
reinventar a advocacia no
Brasil?
O
Brasil tem cerca de 1,1 milhão de advogados.
A profissão, que já foi símbolo de status e
autoridade, hoje é colocada à prova. A mo-
rosidade da Justiça e os inúmeros procedimentos
burocráticos que envolvem a advocacia estão na imi-
nência de viverem uma grande transformação advin-
da das tecnologias exponenciais.
Recentemente, cunhou-se o termo Lawtech, que de-
fine as startups focadas na criação de soluções que
atendam ao universo do direito. Segundo a AB2L - As-
sociação Brasileira de LawTechs e LegalTechs, que já
reúne 388 associados, esse é um segmento em fran-
ca expansão, que reúne soluções para as mais varia-
das áreas do direito, como tributário, civil, trabalhis-
ta e previdenciário.
Muitos escritórios, no Brasil e no mundo, já estão
adotando a inteligência artificial para aumentar a
produtividade e eliminar o trabalho repetitivo. Esses
robôs analisam processos, fazem petições e acele-
ram contratos com uma velocidade infinitamente su-
perior à de um ser humano. Eles são capazes de fazer
milhões de consultas em jurisprudências em questão
de segundos.
Entre os destaques brasileiros estão a Dra. Laura, um
robô que já leu mais de mil decisões judiciais e gerou
novas peças para elas em apenas dois minutos. Ou-
tra iniciativa é o robô Tikal Tech, que interage com
o advogado e, a partir das respostas, gera a petição
Foto: Divulgação