Revista Ações Legais - page 88-89

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ao aparelho repressivo estatal, sujeitando-o a controle legal e constitucional.
Ações Legais - Como você faz para conciliar o empreendedorismo, a carreira de advo-
gado com dois escritórios e centenas de casos, a OAB, ministrar aulas, cursos, pales-
tras, alimentar constantemente suas redes sociais com conteúdo e ainda dar atenção
aos seguidores?
Araujo:
É preciso gostar muito do que se faz e dormir pouco (risos). Tanto no escritó-
rio quanto na Comissão da OAB tenho equipes maravilhosas que me permitem ocu-
par uma posição de gestão e delegar funções. Isso possibilita ter mais tempo para
preparar aulas e lecionar, bem como ministrar cursos e palestras. Tanto na Comissão
quanto no escritório procuro ter pessoas de confiança e que desempenham funções
bem definidas em um processo coordenado e organizado. 
Ações Legais - É notória a sua presença nos meios digitais e a influência que você tem
sobre os outros advogados e estudantes de Direito, como que isso aconteceu?
Araujo:
Eu sempre fui adepto a compartilhar os meus conteúdos e dividir experiên-
cias nas redes sociais. Pela constância e pelo valor desses conteúdos fui me tornando
referência para jovens advogados e estudantes de Direito. Foi através da presença
digital que o meu nome foi sendo conhecido em outras regiões do país, e os convites
para palestras e mentorias foram surgindo.
Ações Legais - E sobre a oportunidade de lecionar, compartilhar o conhecimento com
jovens estudantes, o que isso significa pra você?
Araujo:
É muito satisfatório poder participar da formação jurídica de estudantes de
graduação, pós-graduação, cursos e mentorias. Me motiva muito, especialmente por
também ser jovem e conseguir estabelecer uma comunicação com a mesma lingua-
gem, o que facilita o processo ensino-aprendizagem. Procuro ser mais do que um en-
tregador de conteúdo, mas proporcionar reflexões. 
"Além de buscar por aquilo que se sonha, é
importante seguir os sinais que a vida dá"
mos contratados para defender o homem
acusado. Todo o processo e o Júri tiveram
cobertura da imprensa e felizmente minha
atuação foi bastante elogiada por toda a
dificuldade que envolvia o caso, o que me
deu logo uma boa projeção como crimina-
lista”.
De lá pra cá, o jovem Guilherme ganhara
destaque como advogado, professor e pre-
sidente de uma das comissões mais impor-
tantes da Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB) de Santa Catarina, estando à frente
da Comissão de Assuntos Prisionais da ins-
tituição. 
Ações Legais - Mesmo tão jovem, como é ter
sido escolhido para presidir uma das comis-
sões mais atuantes da OAB/SC?  
Araujo:
Quando recebi a ligação do gabi-
nete do presidente da OAB/SC Rafael Horn
me informando da escolha dele e me cha-
mando para a posse, fui tomado de surpresa e alegria. Eu havia manifestado para amigos
a minha vontade de ser presidente, mas sabia da dificuldade porque era uma posição
almejada por muitos advogados criminalistas, com muito mais tempo de estrada que eu.
Acredito ser o presidente novo das cerca de 100 comissões. É um grande desafio presidir
um grupo com cerca de 70 qualificadíssimos advogados e advogadas, especialmente em
um momento de necessário debate sobre os rumos que as políticas de aprisionamento
tomam no Brasil, que ocupa hoje a 3a posição no ranking de populações prisionais no
mundo.
Ações Legais - O que a advocacia, o poder de deter de informação para fazer justiça, significa
para a sua vida?
Araujo:
Significa independência e liberdade. A advocacia é uma profissão que me permi-
te ser o que eu realmente sou, não me sujeitando a pensamentos institucionais. Sendo
advogado eu posso postular em juízo aquilo que acredito e defender ideias que fazem
sentido para mim. A advocacia, sobretudo a criminal, têm um papel essencial de controle
à atividade punitiva do Estado. Não se trata de buscar impunidade, mas de colocar freios
ENTREVISTA/PERFIL
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